Trabalho, Educação e Emancipação a partir do pensamento de Freire


 

Comentários

  1. Nivia Barreto dos Anjos22 de setembro de 2020 às 06:51

    Parabéns pela maravilhosa Conferência! Aprendi demais! Só fiquei com uma dúvida em relação a um termo: do-discência - vc poderia esclarecer melhor?
    Nívia Barreto

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    1. Grata pela pergunta Nivia!! A do-discência é a intersecção de Freire de docência e discência, é a base de uma educação libertadora freiriana em que os sujeitos aprendem e ensinam mutuamente, são sujeitos cognitivos apesar de serem diferentes.
      Temos uma dissertação que fala a do-discência e as EFASC de ALINE MESQUITA CORREA - UNISC.

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  2. Quero parabenizar os organizadores do evento por trazer uma palestrante que articulou a Alternância ao Trabalho, Educação e Emancipação a partir do pensamento de Freire, destacando a mulher nesse protagonismo. Aprendi muito nessa manhã e gostaria de conhecer mais sobre a experiência de vocês. Tem algum site ou página na qual disponibilizam materiais, textos e relatos? Creio que as EFAS podem nos ajudar muito a repensar a formação profissional. Grata pela canção e busquei no you tube para poder seguir e compartilhar o link< https://www.youtube.com/watch?v=IY-jet6UnUU>.

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    1. Grata Grace!!! Te passo nossa página no Facebook, para ir nos acompanhando. https://web.facebook.com/efasantacruz/

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  3. Olá, Cristina, que tema maravilhoso você nos trouxe, estou até agora refletindo como os conhecimentos de Freires são tão amplo, pensar a educação como ato de reflexão sobre o trabalho e não para o trabalho, considerar o trabalho como principio educativo unindo teoria e pratica, pensar a relação entre politica e educação, destacar a importância do dialogo, e por fim concluir com o trabalho da mulher foi de uma relevância incrível, até porque não tinha ainda contato com esta discussão de Freire sobre a importância do trabalho da mulher para a manutenção da vida. Quando você articula o desenvolvimento com o bom viver e não com o mercado, estaria pensando em uma perspectiva exclusivamente socialista, ou seria possível para você esta articulação ocorrer dentro do sistema capitalista?

    Rosimere Silva Santos Lima

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    1. Olá Rosimere!! Excelente questionamento e muito pertinente. A organização do nosso sistema mundo capitalista, patriarcal, racista, colonialista nos engessa pela exploração, dominação e submissão que são a base desta perspectiva de ser e estar no mundo. Pensar a sustentabilidade para todos e todas neste mundo precisar ser pensada como transição para uma outra perspectiva, o que podemos chamar de possibilidades emancipatórias dentro do sistema mundo atual. Precisamos pensar coletivamente em novas alternativas de relações, e penso que a perspectiva socialista seja um ponta é inicial sim.

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  4. Prezada Cristina Vergutz, parabéns pela forma didática, concisa e bem fundamenta que proferiu a palestra. Você conseguiu em um tempo, relativamente curto, fazer uma tessitura entre Trabalho como princípio educativo, potencializador de processos formativos, com a defesa da práxis pedagógica, como uma essência de Ser e Estar no mundo, não obstante, não é qualquer defesa de si, mas a defesa freiriana de uma consciência da realidade, das lutas de classes alicerçados no diálogo, saberes plurais e multirreferenciais, com ênfase na visão multiepistemológica e ontológica.

    E ainda conseguiu “pincelar” uma reflexão sobre os legados de Freire e as Mulheres. Bela provocação para refletirmos e avançarmos na compreensão freiriana sobre as lutas das trabalhadoras na Sociedade contemporânea.

    Pergunto: Tratando-se especificamente da educação ofertada à população campesina, através das EFAS, como você avaliar a atuação EFASC e seu processo formativo, no contexto das políticas educacionais atuais e suas implicações para a formação profissional?

    E-abraço,
    Rosineide Pereira Mubarack Garcia

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    1. Grata Rosineide!! Feliz em poder contribuir com as reflexões e semear mais possibilidades de novas reflexões. A EFAs são, em sua essência, uma associação de agricultores e agricultoras buscando ofertar uma educação contextualizada com o campo, com o território camponês. Neste sentido, sendo um instituição politico pedagógica comunitária, nos mantemos através de parcerias com o poder público e privada. As EFAs conseguiram em 2014 acessar ao FUNDEB, mesmo existindo desde 1968 no Brasil e mesmo sendo legitimadas pelo CNE Parecer 01/2006, o que demonstra luta constante em nos afirmamos como um processo politico educacional para os povos campesinos. E ainda mais quando falamos em educação profissional. A EFASC foi a primeira EFA do Sul do Brasil que conseguiu a aprovação do seu curso técnico profissionalizante em Agricultura na Pedagogia da Alternância. Com isto lutamos diariamente para mostrar que o espaço educacional de qualidade e de profissionalização também é dos agricultores e das agricultoras e isto, não significa, prepará-los para sair do campo mas para permitir-lhes a escolha de, se desejarem permanecer possa ficar com qualidade, com as possibilidades de comunicação com os diferentes saberes.

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  5. Querida Cristina, sua conferência foi significativa para meus estudos. Para quem trabalha com educação profissional para o ensino médio está discussão entre trabalho e educação se torna mais relevante ainda, já que estamos formando os futuros trabalhadores, que precisam desenvolver o pensamento crítico sobre o mundo. Especificamente sobre a emancipação, poderia definir emancipação segundo o pensamento freireano?

    Tatiana Losano de Abreu

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    1. Olá Tatiana!! A emancipação em Freire emerge em suas obras como uma grande conquista politica entrelaçada com a luta pela libertação. Esta emancipação acontece pela conscientização do ser e estar no mundo, compreendendo os processos de opressão presentes e a possibilidade dos homens e das mulheres de "serem mais" pois somos seres inacabados e agentes de nossa história. A obra Pedagogia do Oprimido nos ajuda muito a entender esse processo e a Pedagogia da Indignação também, com exemplos bem concretos deste processo.

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  6. Professora Cristina,

    Parabéns por semear a semente do amor político pelas suas paragens, como canta a canção que encerra sua bela apresentação.
    O que a senhora pensa acerca do presente quadro: sua pesquisa apresenta a semente freiriana sendo semeada no Rio Grande do Sul, a partir da Escola Família de Santa Cruz do Sul, desde 2009. Ao mesmo tempo, segundo pesquisa IBOPE, veiculada no Jornal da Cultura, de 24 de setembro, a região Sul é a que tem a maior taxa de aprovação ao atual presidente (52%), aquele que, ainda candidato, lançou, dentre suas propostas de governo a intencionalidade de expurgar “a ideologia de Paulo Freire”.
    Aline dos Santos Lima

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    1. Olá Aline!! Sim a região Sul elegeu e continua aprovando Bolsonaro. Somos historicamente uma região que se constitui e ainda se entende como superior ao restante do pais, fruto de muitos processos de exploração e expropriação. A experiência da EFASC se constitui numa região que elegeu Bolsonaro com quase 80% dos votos, mas temos resistência neste contexto. Muitos municípios de pequenos agricultores não, o que nos demonstra a possibilidade de continuar lutando. Enfrentamos essa conjuntura mostrando resultados, mostrando que a escolha dos e das jovens agricultoras e agricultores é necessária e isto nos possibilidade espaços para trabalhar a comunicação, o diálogo e caminhar para transformar esta realidade. Sigamos na luta companheira!!

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    2. Olá Cristina, gratidão pelo retorno. Sigamos firmes na luta. Muito trabalho pela frente.
      Aline dos Santos Lima

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  7. Parabéns! Seu trabalho é muito interessante. Grata por compartilhar.
    As mulheres sempre estiveram presentes, no campo , porém é uma atividades quase invisível.
    Enquanto Brasil, qual a sua opinião em relação ao futuro das mulheres no campo?

    Grata
    Ilza

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    1. Olá Ilza!! A partir dos meus estudos e lutas, acredito que o futuro das mulheres no campo será pela revolução ecofeminista, ou seja, pela compreensão (conscientização) de que todos e todas somos ecodependentes e interdependentes. Somos ecodependentes porque vivemos numa planeta finito e precisamos dele para viver, portanto precisamos pensar nossa existência na Terra de forma coletiva, justiça e solidária. Somos interdependentes porque somos corpos vulneráveis que durante toda nossa vida precisamos de cuidados, de diferentes formas e intensidades, e isto é desenvolvido majoritamente por mulheres em seus trabalhos doméstico e de cuidado. Portanto, as mulheres do campo que lidam com o terra e com os cuidados dela e dos seres humanos e não humanos sentem de forma direta toda e qualquer ação de degradação e, neste sentido, estão aptas de mostrar qual o caminho para uma nova forma de ser e estar no mundo.

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  8. Parabéns pela exposição, professora Cristina! Uma aula maravilhosa sobre o pensamento de Paulo Freire, aplicado. De repente é do seu conhecimento, de qualquer forma cito aqui uma obra que transcreve alguns discursos de Paulo Freire quando esteve em Caxias do Sul (O acendedor de esperanças de Maria Virgínia Dalla Vecchia). Nesta obra ele explica muitas de suas escritas, solidifica e desmistifica outras.

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  9. Obrigada professora Cristina pela fala enriquecedora, pela partilha das suas vivências experienciadas a partir da perspectiva freiriana, trazendo a articulação entre trabalho, educação e emancipação, por suscitar também reflexões acerca da condição da mulher na obra de Paulo Freire. Pelo anuncio das possibilidades emancipatórias. Grata,
    Merilande de O. S. Eloi

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  10. Ana Maria Anunciação da Silva28 de setembro de 2020 às 17:04

    O formato da pedagogia da alternância, permite-nos articular as dimensões culturais e produtivas as questões educacionais. Como diz Freire (1979, p.31), " o homem se identifica com sua própria ação: [...]Temporaliza-se[...].". Dessa forma, teoria e prática se relacionam de uma forma que faz sentido. Eu também destaco o protagonismo das mulheres no trabalho enquanto princípio educativo e na tamanha genialidade administrativa no cotidiano da roça, aqui no Território do Sisal elas fazem essa gerência de forma magnífica.

    Muito grata.

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  11. Parabéns Cristina! Gostei muito de sua reflexão sobre o trabalho como princípio educativo, principalmente no contexto da educação profissional do/para o campo. Suas falas referendam como Paulo Freire é tão atual em seu olhar sobre a educação do povo brasileiro. Essa educação popular, do cotidiano, da vida que necessita ser entendida e descortinada.

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  12. Excelentes colocações, Cristina!

    Penso que o cenário político brasileiro é um contexto em que o pensamento de Paulo Freire vem sendo atacado por distintos segmentos reacionários, de"direita", do governo, etc. Constantemente vemos muitos ataques sendo feitos às ideias de Freire, descredibilizando-as e pormenorizando o legado freiriano para uma práxis transformadora.
    Com Freire, aprendemos que é possível uma (trans) formação social, à favor da vida e da emancipação.
    Assim, gostaria de provocar a seguinte reflexão:

    Quais estratégias, contribuições freirianas poderiam nos auxiliar na materialização de uma educação emancipatória de jovens e adultos trabalhadores, tendo em vista que ainda se perpetua uma educação profissional de caráter assistencialista e que se busca apenas formação de mão-de-obra para atender aos imediatismos do mercado de trabalho?

    Atenciosamente,
    Lília Rezende dos Santos.

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  13. Olá, professora Cristina. Muito envolvente a sua leitura sobre as obras de Ferie e a relação estabelecida com o trabalho, educação e emancipação. Fiquei curiosa quanto ao seu trabalho de doutorado desenvolvido junto à mulheres da escola família agrícola. Quais práticas foram ou estão sendo realizadas? Qual a projeção de resultados da ação-prática-ação sobre as condições de exploração dessa mulheres?
    Ana Isabel Leite Oliveira

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  14. Boa tarde professora! Gostaria de parabenizar e agradecer a você por esta riquíssima conferência, que traz um tema tão importante. Sou mestranda do ProfEPT e comunicóloga/jornalista. Dentre as obras de Freire nas quais baseio meu trabalho está o Extensão ou Comunicação? Acho muito significativo o papel que Freire dá a comunicação na educação e a aproximação de seu pensamento com os precursores da área da Educomunicação, na qual desenvolvo minha pesquisa. Como você enxerga o papel da comunicação neste desenvolver da emancipação humana, em especial com o grupo de mulheres com as quais você trabalha?

    Eliane Vieira de Ataides Valim

    Eliane Vieira de Ataides Valim

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  15. Olá professora que fala maravilhosa!!! Estou muito feliz com as suas colocações e as informações que a senhora nos trouxe. Não possuo conhecimento aprofundado da obra de Paulo Freire, mas muito me chamou a atenção o dado que a senhora nos apresenta sobre a discussão de gênero em sua obra. Outro ponto que eu desconhecia totalmente era a pedagogia da alternância, gostaria que se possível a senhora falasse mais um pouco sobre e me respondesse algumas questões: Quem mais precisamente formaram o grupo de feministas que criticaram Freire (há nomes em específico que pudessem ser citados)? Ainda dentro da questão de gênero, na escola em que a senhora desenvolve a sua pesquisa qual a porcentagem de meninos/meninas matriculados(as) ou mesmo o grupo majoritário? Se a senhora puder disponibilizar onde consigo encontrar seus trabalhos acadêmicos eu agradeceria também.


    Raquel Viana dos Anjos

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  16. Foi muito gratificante ouvir esta Conferência. Como ex aluna e ex monitora de EFA é sempre prazeroso falar ou escutar sobre as EFAS. É díficil conviver na EFA e não se apaixonar.

    Como testemunha, posso afirmar sem medo que no contexto das EFAs, a educação é de fato emancipatória em seu sentido freireano e talvez nesse ponto resida o fator que nos apaixona, nos enche de esperança e orgulho.

    Hoje não estou mais no movimento, porém continuo atuando na Educação Profissional na rede pública e tento trazer para a prática da instituição, um pouco dos saberes que construí no meu contato com a Pedagogia da Alternância.

    Professora, eu tenho duas questões que gostaria de apresentar.

    A primeira refere-se ao envolvimento do jovem estudantes com as causas abraçadas pelo movimento EFAs. Pensando no contexto histórico das EFAS e considerando que temos hoje um perfil diferente de jovem em relação há alguns anos, é possivel inferir que existe o mesmo envolvimento desses jovens com causas como a formação política por exemplo?

    A segunda pergunta, tem a ver com uma consideração que a senhora traz no início do vídeo e que tem me angustiado um pouco. Percebo que a Pedagogia da Alternância, tem sido usada por muitas instituições/entidades com ênfase maior no aspecto da alternância de tempo sem observar o tripé que sustenta a experiência. A questão é: Será que experiências nesse sentido não tendem a criar uma visão deturpada do que de fato representa a Pedagogia da Alternância?

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