Filosofia da Educação Popular e Libertação em Paulo Freire


Comentários

  1. Parabéns pela excelente aula! O senhor explicou cada conceito abordado de forma bem detalhada. Em relação aos temas "Denuncia e Anuncio" o senhor com base em Freire apresentou a educação como fonte de deformação humana. Essa deformação ocorre tanto de forma individual (ex. professor sala de aula) como coletiva (ex. Banco Mundial - FMI - OMC )? Gostaria de entender melhor este conceito
    Nivia Barreto dos Anjos

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    1. Obrigado, Nívia! Fico satisfeito de que tenha aproveitado. A deformação é a negação da formação. Na medida em que deixa-se de lado a humanização, desumaniza-se. Não há neutralidade possível quando se trata de educação. Por isso, a formação e a deformação são sempre, no fundo, projeto coletivos. Sim, individualmente se põe em prática esses projetos, mas sempre como consequência e por razão da inserção coletiva que assumem. Então, penso que sim, o dilema acontece a nível coletivo e a nível individual, mas o segundo é possibilitado pelo primeiro.

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  2. Olá professor parabéns pela apresentação, foi muito boa!!! Gostaria que se possível o senhor me explicasse de que maneira nós poderíamos compreender como a Pedagogia proposta por Paulo Freire põe em risco o projeto de educação neoliberal?

    Raquel Viana dos Anjos

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    1. Raquel,
      Que bom que gostaste. Por em risco o projeto neoliberal de educação é algo que precisa ser examinado cuidadosamente. O projeto neoliberal promove o empresariamento da educação, quer fazer da escola uma empresa e dos trabalhadores da educação microemprendedores do ensino no sentido bancário. A educação bancária se alimenta de imposições restritivas da experiência do conhecimento, em sentido social e em sentido pedagógico. Ou seja, a educação bancária, que toma a transmissão como única ferramenta didática, vai restringir outras dimensões da experiência educativa - a transmissão de conteúdos e informações é importante, mas não é a única forma de aprender - em nome de uma forma legítima de controlar o conhecimento; e controlando o conhecimento, controla-se o poder. A educação neoliberal se vale do mesmo princípio e é, na realidade, uma adaptação de métodos de instrução para os princípios do neoliberalismo. Podemos perceber ligações entre a educação bancária e a educação neoliberal quando vemos o esforço por desmontar a educação pública em curso usar de técnicas supostamente pedagógicas para "otimizar" o trabalho educativo. Na realidade, quer-se aumentar o controle sobre o trabalho educativo e entregar ao mercado - ou seja, às grandes corporações de ensino - os recursos que deveriam financiar a formação dos professores, o fortalecimento da comunidade escolar e seus conselhos, a assistência estudantil, etc. Um exemplo disso são os vouchers educativos, já aplicados em alguns países.

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  3. Olá, professor.
    Tudo bem?
    Espero que sim.

    Professor, no curso da fala, o senhor mencionou o conceito de liberdade e o termo engajamento tão presentes no trabalho filosófico de Jean-Paul Sartre. Filosoficamente Paulo Freire foi influenciado pelo existencialismo de Sartre?

    Parabéns pela pauta da conversa.
    Forte abraço.

    Antonio José de Souza
    (Itiúba/Bahia)

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  4. Boa noite, professor! Obrigada pela partilha e reflexões trazidas. Reflexões estas, que penso que devem permear o nosso fazer pedagógico constantemente, pois conforme foi dito, na perspectiva freiriana, nem a educação, nem quem educa é neutro, tanto podemos humanizar, quanto desumanizar. A educação para a libertação vai sendo tecida num exercício constante para não cairmos numa prática esvaziada de sentido e/ou num discurso esvaziado de práticas coerentes. Contudo, na dinâmica diária do cotidiano escolar, muitas vezes nos vemos “engolidos” por diversos fatores intraescolares e extraescolares que desumanizam. Como o senhor considera, que podemos na condição de educadores/aprendizes favorecer o desenvolvimento da “potência” que há em nós e no outro para uma educação que humaniza em nosso quefazer pedagógico e resistir ao projeto neoliberal de educação?

    Merilande de Oliveira Soares Eloi

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  5. Prezado prof. Bruno, parabéns pelas reflexões, o Sr. fez uma encantadora viagem freiriana sobre a Pedagogia do Oprimido e a Pedagogia da Esperança. Traz a dialética da Denúncia expondo pressupostos de um modelo de Educação “bancária”, em que a codificação e decodificação de mundo é limitada e castrada em uma visão unilateral de mundo através de lentes que, a priori, são definidas, (de)formadas e sistematizadas por outros, todavia, simultaneamente, desvela-se o Anúncio que a depender da consciência de si e da compreensão da realidade, poderá tornar-se em um Ato de Libertação, na medida em que os Sujeitos Sociais aprendem a aprender numa relação dialética de forma coletiva e colaborativa a construírem novos hizomas, experienciando e compartilhando saberes, em comunidade.

    Reconhecer que somos Aprendizes é a expressão maior do ato de libertar-se de “certas verdades” da ciência e desvelar-se num emaranhado de concepções multiepistemológicas e ontológicas sobre as formas e os modos de construção de saberes em comunidade, assim como, expressar constantemente o Ato de Libertação na perspectiva freiriana é a confissão em que assumimos que somos Seres inacabados e em permanente movimento de busca de Ser e Estar no e com o Mundo.

    E-abraço,
    Rosineide Pereira Mubarack Garcia

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  6. Parabéns e obrigada pela apresentação!! Diante do exposto e de algumas inquietações que a sua fala suscita. Gostaria de visualizar quais caminhos possíveis para promover momentos que possibilitem os doscentes dialogarem e refeltirem sua prática no intuíto de explorar a potencia das ideias presentes no pensamento de Freire.

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  7. Olá professor!
    Excelente conferência que nos traz! Gosto muito das relações entre filosofia e educação. Creio que trazem a reflexão necessária sobre o pensar e o agir pedagógico e suas inter-relações com o educando e também com a função social da educação.
    Sua conferência é de suma importância para que não só os profissionais da educação, mas o povo em geral tome conhecimento da pedagogia e proposta de Paulo Freire, já que, surpreendentemente, em pleno desenvolvimento científico e tecnológico, estamos vivenciando a desinformação sem precedentes em nossa história. Através de sua fala reforça-se que a pedagogia Freiriana nada mais é do que uma pedagogia para a libertação, uma libertação de corpo, mas, principalmente, de mente. Uma pedagogia pensada para todos nós, já que a grande maioria de nós, nesta sociedade, é oprimido e não opressor. Logo, não faz sentido algum querer uma educação para a classe dominante, para “aprisionar” e alienar o povo.
    Meu questionamento é: como podemos difundir Paulo Freire para fora do ambiente escolar para que a desinformação seja combatida com informação e, assim, haja uma opção ciente entre aprovar, ou não, as pedagogias freirianas?
    Certamente, este espaço já é uma dessas formas, mas ainda fica muito restrito a comunidade acadêmica.

    Obrigada pela conferência!
    Sandra Levien (IFSul - RS)

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  8. Boa tarde!
    Parabéns!
    Freire, enfatiza que antes de se alfabetizar é preciso aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto, não numa manipulação, mas numa relação dinâmica que vincula linguagem e realidade.
    Diante disso, trabalhar com conteúdos que estão presentes na comunidade do educando .
    Minha pergunta é :
    Os Temas Geradores podem despertar mais interesse no educando, proporcionado que ele próprio construa o seu próprio conhecimento?

    Grata
    Ilza
    Campo Grande/MS.






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  9. Olá Professor!

    Gostei muito da sua conferência. A temática escolhida é muito interessante, principalmente nos dias de hoje em que vem se pregando a existência da neutralidade na educação. Assim, para os que defendem tal ideia, optar por Paulo Freire, é optar por uma ideologia "esquerdista" de educação. Por que chegamos a esta ideia sobre a pedagogia Freiriana neste momento? Por que Paulo Freire defende o oprimido? Vê na educação um caminho para a não alienação? Na verdade, quando se opta por não se adotar uma pedagogia Freiriana ou de mesma base, possivelmente se está optando por outro tipo de ideologia que, provavelmente, faz oposição à de Freire e, se faz oposição, trata-se de uma pedagogia para a manutenção das condições vigentes de sociedade, da existência de um opressor e de um oprimido, de uma classe dominante e uma classe dominada. Certamente, não há neutralidade na educação, na realidade este discurso mascara a importância e a constante disputa política, ideológica, pedagógica que está em jogo na educação, pois esta pode ser tanto instrumento de alienação, como instrumento de libertação. A classe dominante já percebeu isso há muito tempo, será que ainda não falta o povo perceber isso?

    Atenciosamente,
    Davi Henrique Rosskopf (IFSul - RS)

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  10. Olá, professor!
    Muito pertinente e formativa sua fala, obrigada!
    Como coordenadora pedagógica insisto em que a escola problematize a ideia de educação, perceber as contradições é extremamente necessário para adotar uma prática que promova a liberdade, precisamos perceber que educar forma ou deforma.

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  11. Ola professor, parabéns pela ousadia em dialogar os estudos de Paulo Freire através da Filosofia da educação. Um dos aspectos que nos chama atenção na sua fala e na obra de Freire é a necessidade da formação de sujeitos críticos, entretanto há um entendimento de que ha problemas na educação que precisam ser sanados. Na sua opinião o que é necessário/precisa fazer para que esses problemas da educação sejam resolvidos ao passo que os cidadãos tornem-se sujeitos ativos ou críticos?

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  12. Professor, o Sr. apresentou de forma muito didática de que forma a teoria de Freire é uma obra pedagógica e filosófica, sendo importante compreendê-la nessas duas proposições que se complementam em seus fins.
    Tomando a contradição entre educando/educador e os saberes de experiência feita/saberes rigorosamente construídos, em que medida nós da educação profissional podemos articular esses dois conhecimentos sem provocar rupturas simplistas que retiram dos educandos esse ser “mais um educador”?
    Débora Gomes Gonçalves

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  13. Olá, professor.
    Freire se opõe a educação como fonte de deformação humana, uma contracorrente. Embora tenha tido grande repercussão nacional e internacional, a pedagogia freireana não alcançou proporção suficiente para projetar-se sobre as demais. Na contemporaneidade, as mudanças paradigmáticas podem alterar esse cenário?
    Ana Isabel Leite Oliveira

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  14. Maria Fernanda Santos Alencar28 de setembro de 2020 às 11:56

    Olá, Professor! foi muito bom ouvi-lo. Paulo Freire nos faz refletir sobre os processos educacionais e suas intencionalidades. A Educação não é neutra, como tão bem Freire deixou claro. Por isso tantas perseguições aos docentes que trabalham no sentido de fazer com que o conhecimento seja o instrumento de poder para a transformação do homem, da mulher e da sociedade.

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  15. muito boa! o conhecimento de Paulo Freire sempre promover novas descobertas e reflexões divinas

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  16. Obrigado pelas suas contribuições Professor. Gostaria de saber: de que modo os ensinamentos do Paulo Freire, podem interferir neste contexto em que vivemos acerca da Politica das escolas Militarizadas?
    Já que grande parte da população, visualizam este modelo como padrão, com base na hierarquia e disciplina.

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  17. Obrigado pela contribuição, professor essa pedagogia da liberdade que o senhor faz ênfase, gostaria de saber como o professor transmitir conteúdos,nao apenas por transmitir, mas também instigando eles a pensarem certo, a pesquisarem, a criticarem o que se lê. Como fazer isso de forma que respeite o saberes desses alunos?

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  18. Boa tarde professor! Agradeço pelas riquíssimas contribuições por meio dessa conferência. O suscitar do pensamento crítico que vemos tão forte na pedagogia de Paulo Freire sobre sua própria concepção. Achei muito interessante sua fala sobre a "não docilidade" da pedagogia freiriana... importante essa reflexão para a consciência de quem trabalha com e na educação. Em sua opinião há uma carência nesse sentido na formação docente?

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  19. Boa tarde professor! Agradeço pelas riquíssimas contribuições por meio dessa conferência. O suscitar do pensamento crítico que vemos tão forte na pedagogia de Paulo Freire sobre sua própria concepção. Achei muito interessante sua fala sobre a "não docilidade" da pedagogia freiriana... importante essa reflexão para a consciência de quem trabalha com e na educação. Em sua opinião há uma carência nesse sentido na formação docente?

    (Repostando porque esqueci de colocar meu nome na publicação anterior)

    Eliane Vieira de Ataides Valim

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  20. Excelentes reflexões, professora. A Educação é campo de disputa. Isso ficou extremamente visível nos últimos anos, com os discursos da extrema direita, dos conservadores e dos fundamentalistas religiosos. Importante reflexões sobre as possibilidades de formação e deformação a a partir da educação. Ela não é neutra, é campo de disputa, de luta. Por isso, deixo a reflexão: estamos mais próximos ou mais distantes de uma educação para a liberdade? Sobre tudo, pensando nos crescentes ataques a educação nos últimos tempo. São frutos dos possíveis avanços que estamos tendo no campo da educação?

    Aila Cristina Costa de Jesus

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  21. Maria Luiza da Silva Chamarelli Santos30 de setembro de 2020 às 00:22

    Excelentes colocações Professor. Pois é importante debatermos a pedagogia trabalhada e escrita por Paulo Freire, que tem sofrido distorções por muitas pessoas, que talvez não tiveram oportunidade de conhecer sua obra. Pois, aí trazer essa pedagogia para a sala de aula, busca colocar o educando como protagonista ao lado do Professor, e ao protagonizar seu ensino, o educando tem a possibilidade de criar uma autonomia na aprendizagem, o que faz a educação ser libertadora.

    Maria Luiza da Silva Chamarelli Santos

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